MULHER –
Todo dia é seu dia
Quem
é essa mulher que acorda cedo e sai para o trabalho? Quem é essa mulher que
trabalha incansavelmente em sua própria residência? Quem é essa mulher que
trabalha fora, chega em casa e continua trabalhando? Afinal, quem é essa
mulher? Não importa qual o seu destino, seu "estilo" de vida,
importam, sim, os diversos papéis que essa mulher desempenha ao longo de sua
existência.
É
essa mulher que acorda e, para o café da manhã, veste-se de mãe, de esposa,
tendo sempre em mente o que fará durante o dia, seja em casa, na rua ou no
trabalho, delineia o seu dia numa fração de segundos. Termina o café e muda
novamente de papel; assume, então, o papel de dona de casa, de executiva, de
mãe, de empresária, de motorista dos filhos, de profissional liberal etc.
Se
há uma reunião na escola das crianças, é ela quem deverá ir, pois é a mãe, e a
mulher; mesmo quando o casal trabalha fora, não há diferença, "ela estará
lá". Se adoecer um dos filhos, provavelmente "ela" o levará ao
médico, pois "ela" tem mais jeito, é ela quem geralmente se lembra de
pequenos e importantes detalhes da infância... Se houver uma festinha no fim de
semana, "ela" providenciará a lembrancinha e fará os arranjos
necessários para que todos estejam adequadamente vestidos para representar a
família.
Termina
o dia. Todos voltam para casa e "ela", mais uma vez, muda de papel;
agora vai tentar ser a professora dos filhos, é o momento da famosa lição de
casa... e ela se irrita, fica nervosa, preocupa-se com o amanhã.
Chegou
a hora do jantar... e, mais uma vez ela precisará assumir o papel de dona de
casa, de mãe: "Você não se alimentou bem, precisa parar de comer besteira,
tem que comer um pouco de verdura... É por isso que você vive com sono, está
fraco, precisa se alimentar". Assume também o papel de esposa: "Você
tem chegado muito tarde, parece cansado".
Anoitece.
E essa mesma mulher assumirá outro papel: não poderá ser a mãe atenta e
preocupada, não poderá ser a dona de casa exausta, não poderá ser a
profissional eficaz, seu papel agora é diferente: transforma-se em amante de
seu próprio companheiro; estará um pouco cansada talvez...
Durante
a noite, dorme, descansa, porém estará sempre alerta ao menor ruído na casa: Será
um filho chorando? Talvez seja o mais novo, seu pequeno adolescente que brigou
com a namorada e não consegue dormir... Será que os mais velhos já chegaram?
Estão todos em casa? Pode dormir sossegada? Fecha os olhos e, por vezes, se
questiona: "Tenho dado atenção suficiente ao meu marido, aos meus filhos?
E se meu filho não passar no vestibular? Como vou me desculpar no serviço, é a
segunda vez que me ausento para levar um filho ao médico, mas eles são tão
pequenos! E meu marido, ele anda tão calado, será algum problema de saúde?
Amanhã, sem falta, vou marcar um consulta para ele também... E o meu novo
projeto, será aprovado na empresa? Ah... preciso estar em casa antes das 19h00,
é que mandei lavar a cortina da sala... Será que vai dar tempo”?
Quantas
perguntas ela se faz constantemente, quantas cobranças... Quantos papéis são
assumidos diariamente por essa mulher? Quantas vezes ela estará apta a mudar de
um papel para outro sem que este interfira negativamente naquele? Enfim, que é
este "ser" que oscila entre as mais diversas autoridades e as
submissões do seu dia-a-dia? Que imensa complexidade é esta mulher!
De
geração em geração, de gestação em gestação, ela renasce e caminha lentamente.
Com delicadeza e sensibilidade, porém firme em seus propósitos e perspicaz em
suas observações ela vem, gradativa e adequadamente, se fortalecendo e abrindo
novos horizontes.
E
março foi o mês do aniversário dela. Não foi apenas um simples aniversário, foi
o mês do DIA INTERNACIONAL DA MULHER, o dia da menina, da garota, daquela que
trabalha fora, da dona de casa, da mãe, da esposa, enfim, daquela que sente
orgulho de ser simplesmente MULHER. Vamos todos comemorar o dia dela. Porque
todo dia é DIA DA MULHER.
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Sandra Lia R. Franco
Psicóloga Clínica/Organizacional
Psicóloga Clínica/Organizacional
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