PRECISAMOS MUDAR
NOSSOS PARADIGMAS
O
professor José Carlos Antonio, físico, professor, autor de material didático
para formação de professores em EAD e outros, publicou em seu blog "Professor
digital" um artigo muito interessante: As TICs,a Escola eo Futuro.
Compartilho
parte de seu artigo por entender que podemos aprender muito com ele:
"Se um dia você sonhou em se atualizar de forma a conhecer suficientemente bem todas as ferramentas da Web 2.0, para somente então poder escolher quais usar, esqueça! Isso já não lhe pertence!
Mas
então, qual é a solução? Como podemos nos preparar para o uso das TICs e
recuperar o tempo perdido? Como podemos usar as TICs com nossos alunos? E,
porque deveríamos usá-las?
Eu não
pretendo lhe enrolar dizendo que a solução é muito particular, que cada um deve
procurar o seu caminho, etc. etc. Aqui vai a resposta: é preciso mudar os
paradigmas!
Já foi o
tempo em que você precisava aprender tudo antes para, somente depois, poder
ensinar um pouco do que sabia aos seus alunos, ou seja, para “passar” o seu
conhecimento para eles. Os novos paradigmas de que você precisa são bastante
diferentes daqueles que você tinha quando aprendeu com seus velhos professores.
A seguir vão 10 “novos” (talvez nem tanto) paradigmas de que você precisará
para os dias atuais:
1.
Aprender enquanto utiliza, e utilizar enquanto aprende!
Você não
precisa de um curso para aprender a usar o Twitter, o YouTube, o Google Docs ou
as demais ferramentas para, somente depois, poder utilizá-las. Você só precisa
começar a usá-las e, então, precisa entender que é utilizando-as que você
aprenderá a utilizá-las cada melhor.
2.
Aprender errando e corrigindo!
As
ferramentas da Web 2.0 e as TICs em geral “admitem o erro como parte da
aprendizagem”, por isso não se preocupe em fazer tudo certo já da primeira vez
(ou da segunda, ou da terceira). Se você errar, não tem problema, não tem
punição, você aprendeu! Se não der certo na primeira vez, tente de novo.
3.
Explorar novas maneiras de aprender!
A
aprendizagem das novas tecnologias e suas ferramentas não é linear. Não há mais
“um passo antes do outro”. Assim como você pode navegar na internet por links
(hipertexto!), você também pode aprender em pequenas doses, em passos não
seqüenciais, explorando o que lhe parecer melhor naquele momento e criando seu
próprio percurso de aprendizagem. Entenda isso como uma hiperaprendizagem.
4.
Integrar-se às redes sociais e aprender colaborativamente!
Há
livros, manuais, tutoriais e mesmo cursos para se aprender qualquer coisa que
você quiser, e todos eles estão disponíveis na internet, mas a forma mais
eficiente de aprender algo que você ainda não sabe, e nem sabe onde encontrar a
resposta, consiste simplesmente em “perguntar para outras pessoas”! Quer dar
seus primeiros passos no Twitter e não sabe por onde começar? Comece perguntando
para alguém que já sabe! O conhecimento não está mais apenas nos livros, ele
também está nas pessoas!
5.
Explorar possibilidades e ser criativo!
Você pode
ler muitos livros sobre o uso de certa ferramenta ou TIC, pode assistir a
palestras, participar de simpósios, congressos, redes sociais, etc., e trocar
idéias com pessoas que já utilizam essa ferramenta ou tecnologia. Tudo isso irá
lhe ajudar bastante a aprender sobre o uso das TICs, mas você poderá obter
resultados ainda melhores se o tempo todo perguntar para si mesmo coisas como:
“o que eu posso fazer com isso? Como eu posso usar o Twitter para mim mesmo? E
com os meus alunos?”. Só você conhece melhor que todos os outros a sua
realidade, as suas necessidades e os seus próprios desejos.
6. Ser
autônomo, não esperar passivamente por ajuda e nem desistir sem antes tentar!
Há
pessoas que desistem de algo sem nem mesmo tentar antes. Ficam eternamente à
espera de alguém que lhes mostre todos os caminhos, que lhes dê todas as
respostas (corretas!). Não seja uma delas. Respostas perfeitas e pessoas que as
saibam dar já não existem mais. Se tiver uma idéia que “gostaria que desse
certo”, tente implementá-la. Se algumas tentativas falharem, não desista, isso
não se chama “fracasso”, chama-se “aprendizagem”!
7.
Aprender a ter prazer na aprendizagem!
Assim
como os alunos não aprendem facilmente aquilo que eles desgostam, os
professores também reagem da mesma forma. Só aprendemos coisas que queremos
aprender, coisas que nos dão alguma satisfação, algum prazer, quando a
aprendemos. Por isso, se você não aprender a ter prazer em dar uma aula melhor
usando um novo recurso, nunca vai aprender a usar o recurso, e nem vai melhorar
sua aula. E o que é pior: se você não aprende com prazer, então também não
ensina com prazer e, por isso mesmo, não desperta o prazer no seu aprendiz.
Tudo o que fazemos apenas por obrigação acaba caindo na vala comum da
mediocridade. Ensino é paixão e o professor apaixonado pelo bom ensino é a
melhor tecnologia que existe para ensinar.
8.
Aprender a compartilhar conhecimento, dúvidas e sonhos!
Não basta
aprender, não basta ser capaz de fazer; é preciso “fazer de fato” e
compartilhar o conhecimento para que outros aprendam e façam. É preciso sonhar
grande! Se você aprendeu como usar o Twitter, experimentou usá-lo e até já
colecionou algumas dicas, então é hora de usar o potencial dessa ferramenta
para compartilhar! Compartilhar seu conhecimento sobre a ferramenta, mas não só
isso, pois agora você poderá compartilhar uma infinidade de outros
conhecimentos usando essa ferramenta como instrumento de ensino. Você também
faz parte da construção dos novos conhecimentos.
9.
Aprender a ensinar o outro a aprender a aprender!
Para
“estar atualizado” não é preciso ter “todas” as informações, mas é preciso
aprender a encontrá-las, compreendê-las, utilizá-las, modificá-las, expandi-las
e compartilhá-las. E é exatamente isso que precisamos ensinar às novas
gerações! E não é nada fácil ensinar ao outro aquilo nem nós mesmos sabemos;
por isso precisamos aprender a aprender antes de tentar ensinar isso aos nossos
alunos. Se você mesmo não se sentir capaz de aprender, nunca vai desenvolver
essa competência em seus alunos.
10.
Aprender a estar eternamente insatisfeito!
Se você
acha que esses “novos” paradigmas vão resolver o seu problema, se acha que eles
bastam, ou apenas concorda com eles, sem ressalvas, então, talvez você não
tenha entendido nada! Todos esses paradigmas juntos significam apenas que cabe
a você compreendê-los, aplicá-los, reformulá-los, ampliá-los, reconstruí-los e,
então, compartilhar com outros a “sua versão” deles. Aceite-os apenas como um
desafio para que você mesmo possa reescrevê-los e compartilhá-los com outras
pessoas.
Na
verdade nós não precisamos saber como será o mundo daqui a vinte, dez, cinco,
ou mesmo três anos, para sabermos o que e como ensinar aos nossos alunos. Nós
já sabemos tudo o que é preciso saber: é preciso ensinar os alunos a
aprenderem! E eles precisarão aprender sempre; precisarão descobrir
soluções para problemas que nem eles, nem nós, imaginamos que surgirão um dia.
Eles terão que agir no tempo deles exatamente como nós precisamos agir agora,
diante de um mundo que jamais sonhamos, onde as “inovações” são muito mais
rápidas do que nossa capacidade de compreender e dominar todas elas, e onde,
mesmo assim, precisamos ser atores e não meros espectadores".
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