A CNTE e a CUT chamam para os dias 17, 18 e 19 deste mês de
março uma fantasiosa "greve" geral dos professores em todo o país.
Pauta principal: Piso Nacional do Magistério, que desde janeiro último era para
ter sido reajustado em no mínimo 19%, percentual bem diferente dos 8,22%
impostos pelo governo Dilma (PT) e seus aliados em todo o Brasil.
Na prática, essas organizações governistas querem, mais uma
vez, criar ilusões na categoria que deveriam representar com seriedade e
decência. Elas sabem, pela longa experiência que têm, que esse tipo de
paralisação no máximo serviria apenas como uma advertência para alertar os
governos a cumprir a Lei Nacional 11.738/2008, que instituiu esse piso dos
educadores. E, nesta situação, paralisação de três dias já deveria ter
ocorrido.
A partir de 17 de março, o que a CNTE e a CUT deveriam organizar era
uma grande Greve Geral por Tempo Indeterminado (GGTI) em todos os estados e
municípios brasileiros, caso o piso não tivesse sido reajustado como
manda a Lei, ou seja, em 19%, que na prática foi o que ocorreu. Greve de três
dias até os bobos sabem que é vassalagem pura, tudo combinado com os governos,
em particular com o Planalto Central, para não arranhar a candidatura da
presidenta Dilma, hoje principal responsável pelos sucessivos golpes no piso
dos professores.
Cinismo e governismo
Em seu site, a própria CNTE expõe as já surradas
manobras do governo federal e de governadores e prefeitos para burlar e maquiar
a Lei do Piso todo ano. O tal "parecer" ilegal do MEC é uma. Ora, se
essa organização, que congrega a ampla maioria dos sindicatos do magistério em
todo o país, sabe que sua base vem sendo roubada sucessivamente pelos governos,
por que então se nega a organizar uma forte greve geral por tempo indeterminado
em todo o país? Por que então continua com a política inócua de paralisação com
data marcada para morrer? É muito cinismo e governismo juntos.
Passar por cima das direções pelegas
Embora se saiba que não é tarefa fácil, os professores de
todo o país precisam começar a refletir sobre a necessidade de passar por cima
de direções governistas, como as da CNTE e CUT, e empreender lutas mais
consequentes, como uma greve geral por tempo indeterminado. Guardadas as
devidas e necessárias proporções, os garis do Rio de Janeiro deram um belo
exemplo de que isso não é impossível de acontecer.
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